Instituto Ayrton lança guia sobre gestão para aprendizagem

A proposta auxilia gestores e educadores a enfrentarem os desafios da volta às aulas na pandemia, com conhecimentos e estratégias voltados à superação da desigualdade da aprendizagem, incluindo readequação curricular, formação de professores e avaliação, ao lado do acolhimento socioemocional

O Instituto Ayrton Senna lança o “Guia de Gestão para Aprendizagem”, que reúne estratégias de gestão e metodologias pedagógicas voltadas para os anos iniciais do Ensino Fundamental, com enfoque especial na alfabetização. A ideia é colaborar, neste início de 2021, com as redes de ensino no planejamento de políticas educacionais para a reabertura das escolas, levando em consideração os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus. A necessidade de adaptações curriculares temporárias para não deixar nenhum estudante para trás e o trabalho com aqueles que tiveram diferentes experiências de aprendizagem no ano passado são alguns temas abordados no Guia.

A pandemia impactou fortemente a vida das pessoas nos aspectos social, econômico, de saúde física e emocional. Novos hábitos foram adotados para conviver com o “novo normal” e palavras foram acrescentadas ao vocabulário de todos: Covid 19, distanciamento social, lockdown, máscaras N95, plano de imunização etc. Na educação não foi diferente, e o ensino remoto com apoio de novas plataformas teve que ser rapidamente incorporado à rotina de escolas e famílias. Aqui no Brasil, a pandemia desvelou a fragilidade dos sistemas educacionais diante de uma situação nunca vista na história recente, e que evidenciou ainda mais as desigualdades de recursos e acesso à educação de qualidade, principalmente para a parcela mais vulnerável da população. Ainda não se sabe ao certo o que foi de fato possível aprender no ano passado, para a maioria dos estudantes.

2021 chegou, a pandemia não acabou e as escolas precisam lidar com vários desafios na retomada das aulas presenciais. Além de proteção sanitária, gestores e educadores devem planejar ações para diminuir as defasagens de aprendizagem, evitar abandono e evasão, além de acolher a comunidade escolar com estratégias de bem-estar emocional. Pode parecer difícil, mas o momento é desafiador porque estimula a revisão de caminhos já trilhados e a busca pelo novo.

Ainda que permaneçam inúmeras dúvidas, e que as respostas aos desafios sejam muito diferentes em cada rede de ensino, as evidências mostram que é possível implementar ações efetivas e eficientes para garantir oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento pleno. Por isso, o Instituto lança este novo guia. Os materiais disponibilizados se estruturam em cinco capítulos que abordam os seguintes temas: revisão de currículos, gestão educacional, política e estratégia de alfabetização, formação de alfabetizadores e ações para o desenvolvimento integral, incluindo competências socioemocionais.

Um dos destaques é a readequação curricular, a partir da BNCC. O Instituto preparou duas propostas: uma para classes de correção de fluxo e outra para turmas regulares do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Os documentos trazem escolhas de competências essenciais que os estudantes precisam aprender e priorizam objetos de conhecimento, levando em conta o tempo escolar disponível. “A experiência de mais de 20 anos com as soluções de correção de fluxo Se Liga e Acelera Brasil, que se apoiam em readequações curriculares para o resgate de estudantes com anos de atraso escolar, permitiu essa construção”, diz Inês Kisil Miskalo, gerente executiva do Instituto Ayrton Senna e organizadora do Guia de Gestão para Aprendizagem. O trabalho pedagógico, segundo ela, pode ser desenvolvido por meio de planos que privilegiem o trabalho por competências. Assim, o conteúdo deixa de ser um fim em si mesmo e passa a ser meio para levar o aluno a raciocinar, a fazer associações e a extrapolar o conhecimento para outras situações além da especificamente trabalhada. “Um mesmo conteúdo pode servir a competências diferentes e também às diversas áreas do conhecimento, seja no momento da aprendizagem ou futuramente. É importante ressaltar que as competências não necessariamente se restringem a uma única disciplina, veja o caso daquelas ligadas à leitura, por exemplo, que atendem perfeitamente língua portuguesa, história, geografia, como também ciências e matemática”, completa ela.

Como fazer dois anos em um – A experiência do Instituto com a gestão educacional é compartilhada em um dos capítulos. Um dos destaques é a importância da cultura de gestão de processos, que garante o suporte para a concretização do objetivo educacional. O material dará subsídio às redes de ensino que, ao retomarem as atividades, no meio do contexto de crise que estamos vivendo, deverão lidar com o replanejamento escolar, já que muitas precisarão ainda encerrar 2020 para iniciar 2021 e inserir em seus planos avaliações e estratégias de recuperação do aprendizado de estudantes.

O Guia também disponibiliza a concepção do programa Gestão de Política de Alfabetização, com estratégias para implementar a perspectiva da Alfabetização 360°, que prioriza a individualidade de cada estudante do ciclo de alfabetização e seus diferentes ritmos de aprender. Acesse! Clique aqui.