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Mais escolaridade, mas sem aprendizado

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8 set 2020
Instituto Ayrton Senna Instituto Ayrton Senna

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Brasil continua patinando em seus resultados educacionais (Mozart Neves Ramos para O Globo - 30/08/2018)

(artigo de Mozart Neves Ramos para O Globo)

Uma criança segura um hambúrguer em frente a um fundo amarelo no Instituto Ayrton Senna.

Entra ano, sai ano, e o Brasil continua patinando em seus resultados educacionais. Os últimos resultados do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), apresentados hoje pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), infelizmente não trouxeram novidades. Apenas reforçaram a certeza de que as dificuldades do país, especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, permanecem iguais.

No Ensino Médio, considerado principal gargalo, a situação é realmente crítica, levando em conta a estagnação de quase 20 anos em que se encontra esta etapa. As evoluções de apenas um ponto de proficiência em Língua Portuguesa, para 268 pontos, e de três em Matemática, para 270 pontos, são frustrantes, se considerarmos que são patamares ainda muito baixos (o nível considerado adequado para a etapa seria 300 em Língua Portuguesa e 350 em Matemática, segundo critério do Movimento Todos Pela Educação).

É desalentador perceber que, apesar do esforço que o Brasil vem fazendo ano a ano, com a inserção de mais estudantes no sistema educacional, esse aumento da escolaridade não vem acompanhado de aprendizado. E o que é pior: isso ocorre num período em que o país ainda usufrui de bônus demográfico. Estamos, portanto, colocando em risco essa grande janela de oportunidades, ao formar jovens sem a qualidade necessária para seu pleno desenvolvimento, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo trabalho.

Quais as perspectivas de mudança nesse cenário? A Base Nacional Comum Curricular é uma esperança, ao definir o que os estudantes deverão aprender a cada ano, já que os parâmetros existentes até aqui eram genéricos. Mas dificilmente teremos chance de mudar esse curso sem o devido investimento no professor. A criação de um plano de carreira atrelado à formação continuada do professor e a seu desempenho docente deveria ser a maior de nossas prioridades. Hoje, apenas 2% dos estudantes brasileiros que saem do Ensino Médio escolhem esse caminho. Precisamos tornar o magistério objeto de desejo de nossa juventude. Sem bons professores, não haverá o salto tão aguardado na educação e, tampouco, futuro.

Instituto Ayrton Senna
Instituto Ayrton Senna Organização sem fins lucrativos comprometida com a educação

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