A pandemia da Covid-19 impactou seriamente os resultados educacionais de crianças e jovens, impondo aumentos na defasagem e no abandono. Por isso, recuperar a aprendizagem perdida e aumentar o engajamento do estudante com a escola e com seu projeto de vida são objetivos da parceria firmada pelo Instituto Ayrton Senna com a rede estadual do Rio Grande do Sul (RS).
Com o apoio do Instituto BRF, a iniciativa, que conta com duas diferentes frentes de ação, busca garantir o conhecimento cognitivo das disciplinas de forma associada ao desenvolvimento socioemocional, garantindo aos estudantes uma educação integral e que os desenvolve plenamente para a vida.
Diversos estudos mostram que ter competências socioemocionais (como persistência, colaboração, curiosidade, entre outras) desenvolvidas traz também importantes ganhos de aprendizagem e melhores resultados na vida. Por isso, promovê-las pode ser uma importante alavanca para reduzir as dificuldades de aprendizagem potencializadas com o fechamento das escolas.
“A pandemia deixou sérios déficits, especialmente na alfabetização. Acreditamos que um dos caminhos mais ágeis para reverter esse quadro será por meio de uma educação integral, que desenvolve o estudante em sua integralidade, considerando aspectos cognitivos e socioemocionais”, afirma Roberto Campos de Lima, vice-presidente de Expansão e Relações Institucionais do Instituto Ayrton Senna.
“Um levantamento realizado pelo Todos pela Educação apontou que 40,8% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos não sabiam ler ou escrever em 2021, ante os 25,1% de 2019. É um dado bem alarmante que mostra os impactos da pandemia em crianças e jovens, especialmente mais carentes. Sabemos que a Educação é a base para um futuro melhor e mais justo, por isso, apoiamos a mobilização para recuperar essa defasagem e gerar mais oportunidades”, – Grazielle Parenti, presidente do Instituto BRF e vice-presidente global de Relações Institucionais e Sustentabilidade da BRF.
Já para secretária de educação da rede estadual, Raquel Teixeira, a parceria com o Instituto representa colocar a rede gaúcha em contato com o que há de mais atual, cientificamente falando, em relação ao desenvolvimento humano.
“O desafio da educação brasileira, que já era enorme antes da pandemia de Covid-19, aumentou muito porque teremos que lidar com as mazelas que já existiam (baixa aprendizagem, alta repetência, evasão e baixa motivação, por exemplo), e com as novas demandas de um mundo em mudança.
Só o conhecimento baseado em evidências e a experiência com a sala de aula da escola pública brasileira permitirão encontrar os caminhos para superar este momento”, diz.
Recuperação da aprendizagem no RS
Uma das frentes de atuação tem como foco a etapa da alfabetização, iniciada ainda em 2021, por meio de duas ações: foram realizados encontros formativos online que levaram aos educadores o conceito da alfabetização integral e boas práticas para recuperação da aprendizagem, além de um projeto piloto implementado em dez escolas para ajustar as metodologias inovadoras do Instituto à realidade do estado, e que serão incorporados pela própria secretaria de Educação.
Em 2022, a formação seguirá ocorrendo ao longo do ano para toda a rede, com a expectativa de alcançar cerca de 9 mil educadores, responsáveis pela educação de mais de 200 mil estudantes.
Socioemocionais para adolescentes
Outra ação envolverá os Anos Finais do Ensino Fundamental, com o objetivo de desenvolver habilidades socioemocionais nos estudantes e incorporar tais competências nas políticas públicas de educação do Estado. Será por meio do projeto Diálogos Sociemocionais.
No Rio Grande do Sul, a iniciativa focará especialmente em professores que trabalham com o componente curricular Projeto de Vida, buscando estimular estudantes a organizar efetivamente suas jornadas, com base em preferências e objetivos de vida. Sessenta educadores multiplicadores acompanharão a formação. A previsão é que sejam alcançados mais de 222 mil estudantes da rede pública do estado.
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