O Instituto Ayrton Senna criou um guia para te ajudar na elaboração, implementação e avaliação do currículo escolar com base na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Neste guia digital temático de 6 capítulos você vai encontrar conteúdos importantes para entender mais sobre o que é educação integral, como a BNCC enxerga o aluno e como ela se relaciona com conceitos como desenvolvimento pleno e integração curricular. Veja também caminhos para abordar todos esses elementos no texto introdutório do currículo da sua escola.
Este material especial pode ajudar coordenadores pedagógicos, professores e diretores escolares na articulação do currículo segundo a BNCC.
Vamos começar? Bom percurso e boa reflexão!
Saiba mais no vídeo sobre a BNCC e confira abaixo os demais capítulos deste guia especial.
Contextualizando a BNCC
Conteúdos Relacionados
O ponto de partida do currículo segundo a BNCC
Para começar, é preciso ressaltar: não existe um padrão para a introdução do currículo escolar. Apesar disso, os documentos curriculares seguem uma determinada estrutura, que geralmente conta com seis aspectos, como veremos abaixo. Essa é uma sugestão de texto introdutório de um currículo segundo a BNCC. Como educador, você pode – e deve – adequar o currículo às necessidades de seu estado, município ou escola, atendendo a requisitos também locais.
Veja alguns pontos fundamentais para pensar na hora de elaborar a introdução do currículo:
1. Processo de elaboração do documento
A introdução do currículo pode abordar o seu processo de elaboração, elencando os atores que participaram de cada etapa, se houve ou não consulta pública e como as considerações da comunidade escolar foram incorporadas. Também é importante citar se há versões anteriores do currículo.
2. Marcos legais
Além da BNCC, diversos marcos legais e documentos oficias norteiam as políticas educacionais e, por isso, podem ser mencionadas no texto introdutório do currículo, como a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Plano Nacional de Educação. Existem ainda os documentos estaduais e municipais que pautam a educação nas redes educacionais.
3. Visão de estudante e de educação
A introdução do currículo pode trazer ideias sobre que tipo estudante se deseja formar durante toda a Educação Básica, e mencionar os desafios do momento atual que inspiraram o currículo de educação integral. Além disso, também pode trazer os princípios e conceitos que contribuem para a formação do estudante, tais como as concepções de educação, ensino e aprendizagem adotadas conforme o projeto político-pedagógico da escola ou as diretrizes da rede de ensino.
4. Diretrizes sobre o que o estudante deve saber
Alguns currículos trazem, já no texto introdutório, as aprendizagens, os conteúdos e as habilidades essenciais a serem desenvolvidos em cada etapa ou ano escolar. Em um currículo inspirado na BNCC, é importante deixar claro quais as diretrizes logo no início do texto.
5. Temas contemporâneos
O currículo da BNCC é um documento vivo, conectado com o mundo contemporâneo e que considera a realidade das escolas. Por isso, o texto introdutório pode indicar temas relevantes a serem abordados nas escolas para que os estudantes possam enfrentar os desafios do século 21 com protagonismo. Esses temas são extremamente sensíveis às necessidades e contextos de cada território e podem envolver aspectos culturais, sociais, históricos, políticos, entre outros.
6. Modalidades da Educação Básica
Além de diferentes etapas de ensino, é possível que existam diferentes modalidades de educação na mesma rede estadual ou municipal, tais como Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação Quilombola, entre outras. O texto introdutório do currículo pode trazer questões específicas relativas a essas modalidades.
O QUE É EDUCAÇÃO INTEGRAL?
Muitas vezes, é comum a educação integral ser confundida com educação em tempo tempo integral. Até a aprovação da BNCC, os currículos acompanhavam essa definição e consideravam a educação integral simplesmente como a expansão do tempo em que os estudantes passam na escola.
Porém, a educação integral é muito mais que isso. E, para construir um currículo de educação integral contemporâneo, é fundamental não só esclarecer o conceito, mas também apresentar a educação integral como princípio orientador.
Segundo a BNCC, a educação integral tem como propósito a formação e o desenvolvimento global dos estudantes, compreendendo “a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva” (BNCC, 2017, p. 14).
O texto introdutório do currículo deve abordar os princípios de inclusão, equidade e diversidade da BNCC. Também é importante que todo o documento curricular traga ideias de como é possível levar esses conceitos para a prática pedagógica.
No texto “O compromisso com a educação integral”, (BNCC, 2017, p. 14), a BNCC apresenta três elementos estruturantes da educação integral. São eles: visão de estudante, desenvolvimento pleno e integração curricular.
Veja, a seguir, a definição desses elementos:
3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NA BNCC
Visão de estudante
A BNCC assume uma “visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem”, a fim de “promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades.”
Também considera a relevância de serem estabelecidos processos educativos que incluam “as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir” (BNCC, 2017, p. 14).
Desenvolvimento Pleno
A BNCC aponta para alguns desafios de aprendizagem contemporâneos que precisam ser enfrentados pela escola. Segundo o documento, “no novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.”
Integração curricular
A BNCC indica que a educação integral deve criar pontes entre o conhecimento e a vida, evitando a fragmentação dos componentes curriculares e promovendo maior integração curricular. O documento também destaca a importância da valorização do contexto do estudante para que seja dado sentido ao que se aprende, e joga luz sobre o “protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida” (BNCC, 2017, p. 15).
Para continuar navegando pelo guia digital sobre a BNCC, acesse o Capítulo 2, ‘O que é a BNCC’:
Deixe um comentário e
compartilhe sua avaliação
sobre o conteúdo.
COMENTÁRIOS