No dia 13 de novembro, especialistas e educadores discutiram sobre os rumos do Ensino Superior no Brasil e suas políticas de ingresso e avaliação. O encontro foi promovido pela Cátedra Instituto Ayrton Senna no Instituto de Estudos Avançados da USP Ribeirão Preto em parceria com o Conselho Nacional de Educação (CNE).
Dentre os debatedores, estiveram presentes autoridades e especialistas no tema do Ensino Superior no Brasil. Participaram Luiz Roberto Curi, presidente do CNE, Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, Abílio Neves, ex-presidente da CAPES, e Manuel Palácios, presidente do Inep. A conversa foi conduzida por Maria Helena Guimarães de Castro, titular da Cátedra.
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Iniciando a discussão, a professora Maria Helena Guimarães realizou uma breve contextualização do panorama do Ensino Superior no Brasil, enfatizando a problemática da evasão nos cursos universitários, sejam presenciais ou à distância. Na sequência, Luiz Roberto Curi também destacou que, anteriormente à discussão sobre avaliação do Ensino Superior, é preciso olhar para a regulação, que, na opinião do presidente, apresentou excesso de normas nos últimos anos.
Entre outros pontos, o Curi também pontuou o crescimento exponencial da Educação Superior à distância (EAD) no Brasil e seus desafios, as necessidades de suprir em cursos de graduação conteúdos e habilidades que deveriam ser aprendidas no Ensino Médio e as dificuldades nos cursos de licenciatura. Em 2022, 81% dos alunos de licenciatura ingressaram pelo EAD. Considerando este cenário e o aumento da evasão, ainda maior nos cursos de licenciatura, o presidente do CNE defendeu maior atenção às políticas de avaliação.
Já Rodrigo Capelato, diretor-executivo e assessor para Assuntos Econômicos do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, declarou que a avaliação carece de indicadores de qualidades do ensino. O especialista também comentou sobre, em sua opinião, a ineficiência do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e sugeriu recomendações para aprimoramento das avaliações.
Reforma e ENADE
O ex-presidente da CAPES, Abílio Baeta, destacou que a última reforma do Ensino Superior no Brasil foi apenas em 1968, sendo necessário, portanto, de uma nova remodelação. Ele argumentou também que as avaliações atuais não refletem as necessidades atuais da sociedade. Entre os pontos levantados, alega que as avaliações estão à margem das transformações recentes, como por exemplo, a inteligência artificial, por isso devem ser pensadas respostas para uma reforma da Educação Superior.
Por fim, Manuel Palácios, presidente do Inep, órgão de avaliação educacional mais relevante do país, defendeu que o ENADE deve trazer respostas para a sociedade e não somente para as instituições de ensino. Sendo assim, deve focar também na satisfação do estudante, bem como sua percepção e expectativas, e também na efetividade do diálogo das instituições com a sociedade.
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