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PISA 2022: Desafios e oportunidades para a educação no Brasil

Abordagem sobre os desafios e oportunidades para a educação no Brasil considerando o PISA 2022, destacando a importância de ações a partir dos resultados para melhorias no sistema educacional.

6 MIN
8 fev 2024
Instituto Ayrton Senna Instituto Ayrton Senna

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O PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, estabelecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), desempenha um papel fundamental na análise do desempenho educacional de diversos países ao redor do mundo.

O PISA não se limita a uma simples medição de resultados acadêmicos; ele proporciona uma visão abrangente das habilidades e conhecimentos dos estudantes em áreas-chave. Além de avaliar a capacidade dos alunos de 15 anos, de diversos países, em aplicar seus conhecimentos na resolução de problemas do mundo real. Entre os aspectos que avalia estão: leitura, matemática e ciências.

Esta iniciativa testa a qualidade do sistema educacional e oferece uma oportunidade valiosa para identificar lacunas, fortalecer práticas pedagógicas e promover mudanças substanciais na abordagem do ensino. O exame também revela questões profundas relacionadas à equidade, ao acesso a recursos educacionais e à qualidade do ensino em diferentes países.

Nesse contexto, é importante analisar os dados revelados pelo PISA 2022, além de quais caminhos ele oferece para catalisar transformações positivas no cenário educacional brasileiro.

Comparativo internacional: onde o Brasil se encontra no PISA 2022

Os resultados do PISA 2022 mostram que o Brasil continua abaixo da média da OCDE em todas as três áreas avaliadas: leitura, matemática e ciências.

Em matemática, a média brasileira foi de 379 pontos, enquanto a média da OCDE foi de 489 pontos. O Brasil ficou em 65º lugar no ranking, atrás de países como Arábia Saudita, Peru, Costa Rica e Colômbia.

Em leitura, a média brasileira foi de 413 pontos, enquanto a média da OCDE foi de 487 pontos. O Brasil ficou em 52º lugar no ranking, atrás de países como Chile, Uruguai e Turquia.

Em ciências, a média brasileira foi de 424 pontos, enquanto a média da OCDE foi de 500 pontos. O Brasil ficou em 62º lugar no ranking, atrás de países como México, Chile e República Tcheca.

Esses resultados mostram que o Brasil ainda precisa melhorar significativamente o desempenho de seus alunos em todas as áreas avaliadas.

A comparação com outros países da América Latina também é preocupante. O Brasil ficou atrás de todos os países da região em matemática e ciências, e ficou à frente apenas do Peru em leitura.

Esses resultados mostram que o Brasil está deixando de oferecer as oportunidades educacionais necessárias para os jovens progredirem. Os alunos brasileiros estão menos preparados para enfrentar os desafios do mundo moderno, o que pode prejudicar o desenvolvimento econômico e social do país, entre outros efeitos negativos para as vidas dos estudantes.

O que explica o desempenho do Brasil no PISA?

Os resultados do PISA 2022 refletem uma série de fatores da educação brasileira. 

Entre os desafios a serem enfrentados estão as desigualdades de oportunidades educacionais entre diferentes perfis de estudantes, a alfabetização de baixa qualidade, a alta evasão escolar e os desafios na formação de professores da Educação Básica.

Outro desafio é promover uma educação integral de qualidade para todo o país, considerando a vasta população na escola, cerca de 47 milhões de estudantes.

O que fazer para melhorar o desempenho do Brasil no PISA?

Para melhorar o desempenho do Brasil no PISA é preciso enfrentar os desafios mencionados acima. Algumas medidas que podem ser tomadas incluem melhores investimentos em toda a Educação Básica, políticas educacionais baseadas em evidências que foquem no aprendizado dos estudantes, especial atenção à formação dos professores, foco na alfabetização e especial atenção às competências socioemocionais.

Conectividade e tecnologia: desafios para as escolas brasileiras

Uma aluna sentada em uma mesa usando um computador, praticando a avaliação do PISA.

A conectividade e a tecnologia são essenciais para a inserção dos estudantes na educação no século 21.

No entanto, o acesso à conectividade e à tecnologia ainda é um desafio para muitas escolas brasileiras. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), apenas 63% das escolas públicas brasileiras têm acesso à internet de banda larga, e apenas 32% têm acesso à internet de banda larga com velocidade adequada para o ensino remoto.

Isso pode ter um impacto negativo no desempenho dos alunos brasileiros. Os resultados do PISA mostram que os estudantes que frequentam escolas com acesso à internet de alta velocidade têm um desempenho significativamente melhor do que os que frequentam escolas sem acesso à internet ou com acesso de baixa velocidade.

Entre outros fatores, uma medida que poderia melhorar o desempenho do Brasil no PISA é investir na conectividade e na tecnologia nas escolas públicas.

O governo deve garantir que todas as escolas públicas tenham acesso à internet de banda larga e de alta velocidade. Além de fornecer aos professores e alunos os recursos tecnológicos necessários para usar as tecnologias digitais de forma eficaz.

Entretanto, esse uso deve ser mediado pelo professor em sala de aula, visto que dados do PISA também revelaram que as telas podem ter efeitos negativos no foco dos estudantes e, consequentemente, em sua aprendizagem.

A importância da educação integral na melhoria de resultados

Um grupo de alunos com camisas amarelas sentados em uma sala de aula, participando de Desafios e se preparando para o PISA.

A educação integral é uma abordagem educacional que tem em vista promover o desenvolvimento integral do aluno, incluindo o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, entre outros aspectos. É baseada na ideia de que o aprendizado é mais eficaz quando ocorre em um ambiente que promove o bem-estar e o desenvolvimento das competências sociais e emocionais dos estudantes. 

Veja os principais benefícios para os alunos:

  • Competências ligadas à autogestão, como foco e persistência, têm efeito positivo no desempenho acadêmico. Essas habilidades podem ser desenvolvidas na escola intencionalmente e de forma estruturada.
  • A resiliência emocional, um grupo de competências que pode ser desenvolvido na escola, tem efeitos positivos na saúde mental dos estudantes. 

As competências socioemocionais são habilidades que permitem aos indivíduos gerenciar suas emoções, se relacionar com os outros positivamente e tomar decisões responsáveis. Assim, são essenciais para o sucesso acadêmico e profissional, e também para o bem-estar pessoal.

Os alunos que têm competências socioemocionais fortalecidas tendem a ter um melhor  desempenho acadêmico e também a sentir maior pertencimento escolar, aspecto positivo para o seu engajamento com a escola e prevenção à evasão escolar.

A educação integral é uma abordagem essencial para o desenvolvimento das competências socioemocionais. Além disso, proporciona aos alunos oportunidades para desenvolverem as competências socioemocionais em um ambiente seguro e apoiador

Esse ambiente é vital para os alunos poderem se sentir confortáveis ​​em explorar suas emoções e aprenderem a lidar com elas de forma saudável.

Além disso, o desenvolvimento dessas competências já está previsto na Base Nacional Comum Curricular, documento fundamental para a educação brasileira que deve ser implementado para garantir políticas educacionais de qualidade.

Instituto Ayrton Senna
Instituto Ayrton Senna Organização sem fins lucrativos comprometida com a educação

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