Devido à pandemia do novo coronavírus, professores e gestores de todo o Brasil se viram diante de situações inéditas, e seguiram trabalhando para que seus estudantes pudessem continuar aprendendo e se desenvolvendo. Com o objetivo de apoiar os educadores paulistas a lidarem com os recentes desafios, bem como os que ainda estão por vir, o Instituto Ayrton Senna tem desenvolvido ações, junto à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que visam fortalecer e desenvolver as competências socioemocionais dos educadores da rede. As iniciativas para apoiar o socioemocional de educadores de rede fortalecem e dão continuidade a uma parceria de longa data entre o Estado de São Paulo e o Instituto.
No final do mês de outubro, uma videoconferência preparada pelo Instituto para os educadores paulistas marcou o início de um percurso de desenvolvimento socioemocional dos profissionais da Secretaria. No encontro, realizado em parceria com o Conviva Educação, participaram Helena Faro, especialista em educação integral e líder de formação do Instituto Ayrton Senna, e Sandra Fodra, do Conviva.
Ao longo da transmissão, os educadores foram apresentados às competências socioemocionais, bem como às evidências que revelam a importância do desenvolvimento delas por gestores escolares e professores. Também puderam conhecer práticas simples para autodesenvolvimento de competências como persistência, assertividade, empatia, autoconfiança e imaginação criativa, entre outras que integram a matriz de cinco macrocompetências do Instituto.
“Muitas vezes escutamos dos educadores: Nós estamos cuidando dos estudantes, mas quem cuidará de nós? Este é um pedido de apoio sério. Oportunizar formações em que os educadores possam dedicar um tempo para pensar em si próprios possibilita que reconheçam suas conquistas e os desafios que estão vivenciando, além de reconhecerem caminhos para seu autocuidado e desenvolvimento profissional”, diz Helena. Cerca de 15 mil profissionais da rede assistiram à formação, entre eles professores, inspetores, agentes de convivência e gestores.
Outra iniciativa de desenvolvimento do sociooemocional dos educadores desenvolvida na rede é o desdobramento das ações de formação da iniciativa Volta ao Novo – Programa de Competências Socieomocionais, uma parceria do Instituto Ayrton Senna com o Consed. O projeto compartilhou com 26 secretarias estaduais de educação do Brasil conhecimentos e estratégias para o desenvolvimento socioemocional de educadores e estudantes.
A rede paulista aderiu à iniciativa e criou um plano de ação para a multiplicação dos conhecimentos adquiridos, realizando rodas de conversas sobre o tema. Já foram ao ar os encontros sobre as macrocompetências de resiliência emocional, engajamento com os outros e autogestão, e estão previstas, para até o final de novembro, bate-papos também sobre abertura ao novo e amabilidade.
A primeira roda de conversa foi ao ar no dia 9 de outubro, por meio do canal de formação continuada do Centro de Mídias da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Transmitido para os profissionais da educação da rede, o encontro abordou a resiliência emocional e teve a participação de Cynthia Sanches, especialista em educação integral do Instituto Ayrton Senna, e professores de diferentes partes do estado, que participaram à distância e falaram das suas experiências com a resiliência. Ao falar sobre as competências de tolerância ao estresse, tolerância à frustração e autoconfiança, que compõem a macrocompetência tema da conversa, Cynthia falou da importância delas para momentos desafiantes do dia a dia e para o bem-estar do educador. “Essas competências estão muito relacionadas ao modo como nos relacionamos conosco mesmos e lidamos com emoções negativas”, ressaltou.
A professora Andrea Angotti, que mediou o debate, deu alguns exemplos de situações em que pode ser preciso mobilizar as competências relacionadas à resiliência: se preparar para uma entrevista de emprego, saber se portar numa conversa na qual você não está concordando com se interlocutor, chegar ao ponto de ônibus e perdê-lo ou até mesmo ao perder alguma pessoa querida. Na sequência da conversa, os professores convidados para a roda falaram sobre como a resiliência emocional está presente em seu dia a dia e ações, assim como buscam desenvolver as competências envolvidas nela. O professor Adriano Pereira, PCNP (Professor Coordenador de Núcleo Pedagógico) de Filosofia e História no município de Avaré, compartilhou como busca aplicá-la à sua vida. “Eu procuro vivenciar essa macrocompetência na minha vida tentando exercitar a busca contínua do autoconhecimento”, disse. Já a vice-diretora Lilian Keli, de Suzano, disse que, para ser mais resiliente, também procura se conhecer melhor. “Isso faz um bem muito grande para a gente, é muito importante se conectar consigo mesmo; o apoio de outras pessoas que convivem comigo também é muito importante”, falou.
Após esse primeiro encontro, aconteceram as demais rodas de conversa da série, sobre autogestão, engajamento com os outros, abertura ao novo e amabilidade. Todos os encontros contam com a participação de especialistas do Instituto Ayrton Senna, formadores da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo (EFAPE) e professores e gestores da rede paulista. Em todas as conversas, foi estimulado o debate entre os educadores e a troca de experiências, bem como exemplos práticos de porque as competências socioemocionais são essenciais aos educadores.
Com longo histórico de atuação junto à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o Instituto Ayrton Senna vem contribuindo com os profissionais da rede por meio de outras ações, também baseadas em conceitos e práticas da educação integral. Além do Volta ao Novo, o Instituto também apoia a rede como parte do projeto Inova, que vem promovendo inovações curriculares em todas as escolas do estado, bem como por meio da ação Aprender Sempre, parte do planejamento de retomada às atividades escolares presenciais e acolhimento dos estudantes.
Para o ano de 2021, estão previstas mais ações em prol do socioemocional dos educadores da rede. “Realizamos a primeira webconferência e recebemos retornos muito positivos. Para nós, essas avaliações reforçam nossa responsabilidade em proporcionar encontros com alta qualidade técnica e com base em evidências para os educares, pois eles estão lá, no dia-a-dia, vivenciando as conquistas e desafios da profissão, e merecem participar de formações continuadas que colaborem com seu desenvolvimento profissional. Estes foram os primeiros encontros formativos, mas já estamos preparando os próximos para 2021 como nosso corações e mentes nos educadores”, afirma Helena.
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