A violência escolar e o bullying são problemas recorrentes da realidade escolar, mas cujos efeitos tem se mostrado cada vez mais preocupantes diante do cenário de crise enfrentado depois da pandemia. Sabe-se que não existem causas únicas para esse tipo de situação, mas a ciência aponta caminhos que podem ser seguidos para apoiar o enfrentamento desse cenário no contexto da educação brasileira.
Para orientar educadores e gestores nessa jornada, apontamos a seguir alguns dos principais achados científicos sobre o tema.
O que definimos como violência?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência pode ser definida como o uso intencional da força física ou do poder, seja ela ameaçada ou real, contra si, ou contra outra pessoa ou grupo, que resulta ou acarreta em uma lesão, morte, dano psicológico, privação ou desenvolvimento comprometido.
Quais os efeitos da violência?
Manifestações de violência são prejudiciais para o ambiente escolar e ao indivíduo, uma vez que trazem sequelas tanto para os autores como aos demais envolvidos na situação. Não há uma explicação simples e única, pois estão relacionados a fatores multicontextuais – sociais, individuais, familiares e do próprio clima escolar. Por não haver uma causa unitária, não é possível falar em um “perfil” único de intimidadores e vítimas de violência, mas sim em aspectos sociais e individuais que podem estar associados a comportamentos específicos. Assim como não há causas únicas, soluções também devem considerar múltiplos fatores e abordar várias frentes para a prevenção e cuidados sobre o tema.
O que é violência escolar e como podemos enfrentá-la?
No contexto escolar, os efeitos da violência podem ser vistos por meio da percepção de insegurança dos jovens, tanto no trajeto para a escola quanto no próprio ambiente da unidade de ensino. Uma das formas para lidar com violência e bullying no contexto escolar é implementar programas para o desenvolvimento de competências socioemocionais nas escolas.
Competências socioemocionais – características individuais que (a) se originam na interação recíproca entre predisposições biológicas e fatores ambientais; (b) se manifestam em padrões consistentes de pensamentos, sentimentos e comportamentos; (c) continuam a se desenvolver por meio de experiências formais e informais de aprendizagem; e (d) influenciam importantes resultados socioeconômicos ao longo da vida do indivíduo.
Atenção!
Para o acompanhamento adequado e intervenções específicas em casos de violência e de questões relacionadas a saúde mental, recomenda-se o acompanhamento por parte de profissionais especializados. Com essa finalidade, são imprescindíveis ações intersetoriais, como entre os setores de saúde, segurança e educação de modo a assegurar o cuidado adequado para cada caso.
Como lidar com violência e bullying no ambiente escolar?
Questões ligadas à violência e bullying em ambiente escolar costumam ser caracterizadas a partir de dois aspectos:
- problemas disciplinares, de convivência e, nos casos extremos, ataques escolares;
- bullying (ou intimidação sistemática).
Veremos um pouco mais sobre cada uma dessas manifestações a seguir e também sobre as competências socioemocionais dos estudantes que podem apoiá-los mais nesses contextos.
Bullying
Chamamos de bullying o comportamento agressivo de intimidação sistemática direcionado para machucar ou humilhar outra pessoa em contextos caracterizados pela desigualdade de poder
Pode ser observado em:
- agressões físicas, verbais e/ou psicológicas, como, por exemplo, xingamentos, ameaças ou apelidos;
- disseminação de informações e rumores que tem como objetivo deixar outra pessoa vulnerável;
- agressão verbal ou psicológica por meio de mensagens de celular, redes sociais ou postagens online (i.e., cyberbullying).
Pontos importantes:
- O bullying é um fenômeno que afeta o contexto como um todo.
- Pode ocorrer de formas diferentes entre jovens em idade escolar e podem ser observados prejuízos para toda comunidade escolar no que diz respeito a indicadores de saúde mental e clima escolar.
- Últimos incidentes no Brasil revelaram relatos que apontam para um
- histórico relacionado a casos de bullying sofrido e praticado no ambiente escolar pelos perpetradores de ataques escolares.
Efeitos do bullying
- O fenômeno do bullying traz sequelas tanto para os autores como aos demais envolvidos na situação.
- As vítimas apresentam maiores chances de desenvolver problemas de autoestima e depressão, por exemplo.
- Entender tanto a violência escolar, quanto o bullying, é um processo essencial para compreender a adaptação psicossocial ao longo do desenvolvimento.
Escolas com menores índices de bullying foram descritas com melhores níveis de clima escolar. Em estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estudantes de escolas com maior frequência de bullying apresentaram menores pontuações na disciplina de Ciências.
Vale destacar que os efeitos de bullying não são restritos ao ambiente escolar. Vítimas de bullying apresentam maiores chances de desenvolver problemas de autoestima e depressão. Esses sintomas também podem ser mais persistentes ao longo da vida, aumentando as chances desses jovens terem sintomas de ansiedade, entre outras questões de saúde mental, na vida adulta.
Qual a relação entre bullying e as competências socioemocionais?
Violência escolar
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência pode ser definida como o uso intencional da força física ou do poder, seja ela ameaçada ou real, contra si, ou contra outra pessoa ou grupo, que resulta ou acarreta em uma lesão, morte, dano psicológico, privação ou desenvolvimento comprometido.
No contexto escolar, os efeitos da violência podem ser vistos por meio da percepção de insegurança dos jovens, tanto no trajeto para a escola quanto no próprio ambiente da unidade de ensino. Pode também se refletir por meio de conflitos ou comportamentos de intimidação sistemática, o bullying, como vimos acima.
Por que é importante estudar sobre a violência no contexto escolar?
A violência escolar é prejudicial para o ambiente escolar e trazem sequelas, tanto para os autores como aos demais envolvidos na situação, com prejuízos para a autoestima ou para o sentimento de pertencimento no ambiente escolar, um forte indicador de clima escolar.
Ambientes escolares são espaços promotores de socialização e de construção de intervenções que podem valorizar e integrar cada estudante enquanto protagonista de sua história, assim como professores e diretores. Também é importante considerar, de modo colaborativo e respeitoso, as singularidades e a diversidade presente no ambiente escolar, a partir de redes de diálogos e do acolhimento permanente.
Qual a relação entre violência e as competências socioemocionais?
As competências socioemocionais mais relacionadas a violência escolar são:
Como me preparar para enfrentar situações de violência escolar e bullying na escola?
Indicamos aqui alguns caminhos para apoiar professores e gestores no enfrentamento desses problemas:
– Acesse o e-book “Competências socioemocionais”, que traz perspectivas teóricas e estudos sobre a importância do desenvolvimento socioemocional de estudantes.
– Curso Competências Socioemocionais na Escola: gratuito e com certificado, o curso está disponível na humane e indica caminhos teóricos e práticos para o desenvolvimento intencional do socioemocional em sala de aula.
– Jornada Socioemocional de Professores: estar fortalecido em suas próprias competências socioemocionais é fundamental para que os educadores consigam apoiar os estudantes em questões variadas. Por isso, o Instituto desenvolveu uma jornada completa focada no socioemocional de professores, que conta com um instrumento autoavaliativo, cursos e a possibilidade de traçar seu próprio plano de desenvolvimento pessoal. Inscreva-se.
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