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A alfabetização nos anos iniciais é um dos pilares da educação básica, com impacto direto no desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. É nessa fase que os estudantes constroem as bases da leitura e da escrita, essenciais para toda a jornada escolar.

Neste conteúdo, você vai entender qual a importância da alfabetização nos anos iniciais, como a BNCC orienta esse processo, os principais métodos de ensino e as atividades mais eficazes para garantir uma aprendizagem significativa.

A importância da alfabetização nos anos iniciais para o desenvolvimento cognitivo

A alfabetização nos primeiros anos escolares representa um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Mais do que aprender a ler e escrever, essa fase envolve o contato com diferentes formas de linguagem, o que estimula o raciocínio, a memória, a atenção e a capacidade de resolver problemas.

Ao serem inseridas nesse processo de forma significativa, as crianças não apenas adquirem habilidades técnicas, mas também ampliam sua capacidade de compreender o mundo. Elas aprendem a interagir melhor com o ambiente ao seu redor e a se expressar com mais clareza, autonomia e segurança.

Além das competências linguísticas básicas, como escutar, falar, ler e escrever, a alfabetização precoce deve promover o contato com outras formas de linguagem, como a artística, a digital, a matemática e a corporal.

Essa abordagem mais ampla contribui diretamente para o desenvolvimento das funções cognitivas superiores, como o pensamento crítico e a criatividade. Quando a alfabetização considera também aspectos socioemocionais, ela favorece a formação de crianças mais conscientes de si mesmas, empáticas e preparadas para lidar com os desafios da vida em sociedade.

Portanto, alfabetizar nos anos iniciais vai muito além de ensinar o código escrito. É garantir que a criança tenha acesso a um repertório amplo de conhecimentos e ferramentas para interpretar, refletir e agir no mundo de forma crítica.

Essa base sólida, construída na infância, impacta diretamente o desempenho escolar, a formação da identidade e a construção de cidadãos participativos e engajados socialmente.

A relação entre alfabetização e letramento nos anos iniciais

Como posto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), espera-se que a criança, ao ingressar no Ensino Fundamental, já saiba:

Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios 

Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida 

Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas 

Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação (BNCC, 2017, p.55).

A contribuição da BNCC para a alfabetização nos anos iniciais

Com apoio da BNCC, os desafios da alfabetização nos anos iniciais podem ser superados com planejamento e prática.

Com apoio da BNCC, os desafios da alfabetização nos anos iniciais podem ser superados com planejamento e prática.

 

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo da educação básica.

Para estar alfabetizado, é preciso que a criança “consiga ‘codificar e decodificar’ os sons da língua (fonemas) em material gráfico (grafemas ou letras), o que envolve o desenvolvimento de uma consciência fonológica (dos fonemas do português do Brasil em seus vários formatos — letras imprensa e cursiva, maiúsculas e minúsculas), além do estabelecimento de relações grafofônicas entre esses dois sistemas de materialização da língua”. (BNCC, 2017, p. 89). 

Ao valorizar o protagonismo da criança, a BNCC orienta práticas pedagógicas que sejam contextualizadas, significativas e alinhadas às necessidades reais dos estudantes.

Métodos e estratégias de ensino de leitura para crianças nos anos iniciais

A alfabetização pode ser conduzida por diferentes métodos. E cada escola ou professor escolhe a abordagem mais adequada conforme o contexto, a formação docente e as necessidades dos alunos.

Não existe um modelo único: o mais eficaz costuma ser aquele que combina estratégias e respeita o ritmo de aprendizagem de cada criança.

O debate sobre métodos de ensino passou por importantes transformações ao longo das últimas décadas, principalmente a partir da crítica aos métodos tradicionais de alfabetização.

Até os anos 1980, predominavam práticas baseadas em métodos sintéticos e analíticos, como o uso de cartilhas e a ênfase na memorização de sílabas. No entanto, com a introdução da teoria da Psicogênese da Língua Escrita, proposta por Emilia Ferreiro, esse cenário começou a mudar.

A nova abordagem construtivista valorizou o processo pelo qual a criança constrói o conhecimento da leitura e da escrita, considerando seus saberes prévios e incentivando a reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita, em vez de apenas repetir padrões.

Com o avanço das pesquisas na área, especialmente os estudos desenvolvidos por Magda Soares, surgiu uma ampliação do conceito de alfabetização com a incorporação do letramento. Isso trouxe à tona a importância de ensinar a leitura não apenas como decodificação de símbolos, mas como uma prática social que envolve interpretação, uso da linguagem em diferentes contextos e participação ativa na sociedade.

As estratégias de ensino, portanto, passaram a incluir atividades que inserem a criança em situações reais de leitura — como explorar gêneros textuais diversos, produzir textos com finalidade comunicativa e trabalhar com projetos interdisciplinares —, o que favorece tanto o aprendizado da leitura quanto o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia leitora.

O ideal é combinar abordagens e acompanhar de perto o desenvolvimento de cada aluno. Essa flexibilidade permite intervenções mais precisas e aumenta as chances de sucesso no processo de alfabetização.

Atividades de alfabetização: exemplos práticos para estimular a leitura e a escrita

Atividades lúdicas tornam a alfabetização nos anos iniciais mais leve e significativa.

Atividades lúdicas tornam a alfabetização nos anos iniciais mais leve e significativa.

A prática pedagógica precisa ser lúdica, significativa e variada. Veja algumas atividades de alfabetização que funcionam bem com crianças nos primeiros anos escolares:

Sugestões de atividades

  • Jogos com sílabas e rimas;
  • Caça-palavras temáticos;
  • Produção de pequenos textos coletivos;
  • Leitura compartilhada de histórias infantis;
  • Cartazes com palavras do cotidiano escolar;
  • Atividades com letras móveis ou tampinhas.

O ideal é que as atividades estejam conectadas ao universo da criança e estimulem a participação ativa no processo de aprendizagem.

Autores importantes que contribuíram para a alfabetização nos anos iniciais

A história da educação no Brasil conta com grandes pensadores que transformaram a forma de ensinar a ler e escrever. Entre os principais autores que falam sobre alfabetização nos anos iniciais, destacam-se:

Emilia Ferreiro

Referência mundial nos estudos sobre a psicogênese da escrita. Propôs que a alfabetização é um processo construtivo.

Magda Soares

Criadora do conceito de letramento no Brasil. Defende que a alfabetização deve sempre considerar o contexto social e cultural do aluno.

Paulo Freire

Autor da pedagogia crítica, propõe uma alfabetização libertadora, com base no diálogo, no respeito ao saber do aluno e no uso de palavras geradoras.

Esses pensadores influenciaram profundamente a prática pedagógica e seguem inspirando professores na formação de leitores e escritores críticos.

Desafios da alfabetização nos anos iniciais: como superá-los com o apoio da BNCC

Mesmo com diretrizes bem estabelecidas, a alfabetização nos anos iniciais enfrenta desafios importantes, como:

  • Diferenças no ritmo de aprendizagem;
  • Falta de acesso a materiais pedagógicos adequados;
  • Dificuldades de formação continuada dos professores;
  • Barreiras sociais e emocionais no ambiente escolar.

Alguns caminhos para superar esses desafios

  • Utilizar os objetivos da BNCC como referência para um planejamento estruturado;
  • Investir em práticas inclusivas e diversificadas;
  • Estimular a formação continuada dos docentes;
  • Realizar avaliações diagnósticas regulares;
  • Envolver a família no processo de alfabetização.

Com apoio institucional, formação qualificada e práticas contextualizadas, é possível transformar os desafios em oportunidades de crescimento e aprendizado.

A alfabetização nos anos iniciais é construir um alicerce sólido para toda a trajetória escolar e pessoal da criança. Ao olhar para o estudante de forma integral e seguir as orientações da BNCC e aplicar estratégias eficazes, os educadores podem garantir uma aprendizagem mais justa, significativa e duradoura.

Seja no planejamento de aula, na escolha das atividades ou na escuta das necessidades individuais, cada ação do professor pode fazer a diferença no processo de alfabetização.

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Instituto Ayrton Senna Organização sem fins lucrativos comprometida com a educação

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