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O aluno no centro do processo educacional

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Por Mozart Neves Ramos
(Correio Braziliense ‐ Opinião ‐ 01/06/2017)

Construir experiências inovadoras capazes de inspirar políticas educacionais e práticas de ensino articuladas com os desafios dos tempos atuais – caracterizados por mudanças não mais lineares e sim exponenciais, em função das constantes descontinuidades tecnológicas – vai exigir uma atuação colaborativa envolvendo governos, organizações, pesquisadores, gestores, professores e alunos.

A vida vai demandar dos nossos alunos, não só no campo profissional, mas também no social e pessoal, uma formação que vá além das competências cognitivas. Vai exigir mais do que nunca um desenvolvimento pleno, de forma que eles possam fazer escolhas com autonomia e conquistar realizações ao longo da vida.

Essa é a perspectiva que orienta o conceito de educação integral. Ainda que possa se beneficiar da ampliação da jornada escolar, o projeto de educação integral se relaciona menos a esse aspecto de tempo e mais ao propósito das atividades de ensino e aprendizagem. O próprio documento que norteia a construção de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) diz que, “independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos alunos e, também, com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a formar pessoas autônomas, capazes de se servir dessas aprendizagens em suas vidas”.

É preciso colocar o aluno no centro do processo e construir estratégias para que ele possa aprender a ser, aprender a conviver, aprender a conhecer e aprender a fazer (de acordo com os quatro pilares descritos no relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século 21 para a Unesco). No que tange aos conhecimentos mais tradicionais, não há dúvida de que ainda é preciso superar muitos desafios educacionais básicos – como os relacionados à alfabetização e à aprendizagem dos conteúdos curriculares tradicionais –, mas também devemos reconhecer que a escola deve se voltar para habilidades como colaboração, persistência, pensamento crítico, criatividade e determinação com a mesma intencionalidade que tem para os demais desafios. É esse alinhamento na base curricular entre as habilidades conhecidas como socioemocionais e as cognitivas que constitui o que chamamos de uma educação integral para um desenvolvimento pleno.

Levar essa perspectiva ao dia a dia das escolas e redes de ensino de forma estruturada e intencional requer inovações não só na estrutura curricular e nas políticas educacionais, mas também na formação de professores e nas práticas pedagógicas a serem empregadas em sala de aula. Para isso, é importante reunir os conhecimentos que já vêm sendo produzidos tanto pelos próprios professores no cotidiano das escolas quanto pelos pesquisadores e especialistas de diversas áreas da ciência – educação, psicologia, economia, neurociências e muitas outras –, que podem auxiliar a encontrar as práticas mais eficientes para atingir tais objetivos.

É esse o esforço que o Instituto Ayrton Senna vem empreendendo com tantas outras instituições, organizações e governos, de forma que os nossos professores tenham assegurado o acesso ao conhecimento contemporâneo – e, consequentemente, possam prover aos nossos alunos um aprendizado pleno, que os habilite a fazer escolhas com autonomia e conquistar realizações ao longo da vida.

Instituto Ayrton Senna
Instituto Ayrton Senna Organização sem fins lucrativos comprometida com a educação

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