Evento aconteceu em São José dos Campos com realização da Rádio Jovem Pan
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo emprega cerca de 200 mil professores. Se fosse uma empresa, ela seria a maior do Brasil! Dado o seu tamanho, a rede estadual enfrenta muitos desafios; desafios estes que foram tema do evento “Ideias & Debates – Desafios da Educação”, que reuniu especialistas sobre o tema para discutir sobre os caminhos da Educação no estado e no país. O encontro aconteceu no dia 12 de agosto no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP) com realização da Rádio Jovem Pan, contando com a participação de cerca de 900 educadores da região.
Abrindo o ciclo de apresentações, o diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos discorreu sobre como inovações foram moldando a escola ao longo do tempo e como a Educação deve responder aos desafios das próximas décadas. “Costumo dizer que o futuro é agora; senão, parece que nunca chegaremos nele”, disse. Ao falar sobre a questão educacional no Brasil, o diretor ressaltou que o grande desafio é atuar em duas frentes. “Estamos lidando com problemas do passado, como o analfabetismo de mais da metade das crianças brasileiras que concluem o 3º ano do Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em que temos que trazer inovação às escolas”.
Quanto à atuação do professor neste novo cenário desafiador, Mozart defendeu que a qualidade das relações humanas será ainda mais importante neste futuro impactado por tantas inovações. “O verdadeiro professor é aquele que tem brilho nos olhos”, disse o diretor. Esta nova perspectiva, de acordo com o educador, seria fundamental para os rumos da Educação no futuro. “Precisamos desenvolver plenamente o estudante, preparando a pessoa para o exercício da cidadania e para as novas relações de trabalho”, defendeu.
Abordando mais especificamente os desafios da rede estadual de São Paulo e os Anos Finais do Ensino Fundamental, Helton Souto, gerente de projetos do Instituto Ayrton Senna, falou sobre a experiência de educação integral em tempo parcial para a etapa desenvolvida em parceria com Secretaria de Educação. O protótipo, que atualmente está sendo implementando em 24 escolas da capital paulista, busca criar um modelo de escola alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) atento às questões próprias da adolescência, envolvendo os estudantes em atividades de Projeto de Vida e aulas que utilizem de metodologias ativas.
O gerente de projetos do também ressaltou que o protótipo, que foi demandado ao Instituto no final de 2017 pela administração estadual, segue em discussão com os educadores envolvidos. A iniciativa também ofereceu subsídio à Secretaria de Educação para a elaboração do currículo paulista, homologado no dia 1 de agosto. “Os Anos Finais do Ensino Fundamental são como o filho do meio, e não vêm recebendo muita atenção; o protótipo apoia a construção de um novo modelo para a etapa”, disse Helton.
O evento ainda contou com a participação de Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV e Rossieli Soares, Secretário de Educação do Estado de São Paulo.
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