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Por uma escola pública de melhor qualidade

3 MIN
8 set 2020
Instituto Ayrton Senna Instituto Ayrton Senna

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Por Mozart Neves Ramos

Entre os inúmeros aspectos preocupantes no sistema educacional brasileiro estão as altas taxas de reprovação e abandono escolar. Se fizermos uma conta simples, somando o número de alunos que repetiram de ano (cerca de 3,2 milhões em 2015) com os que abandonaram os ensinos Fundamental e Médio (1,1 milhão) e, em seguida, cruzarmos com o valor do investimento público por aluno (cerca de R$ 6 mil/ano), veremos que o custo dessa ineficiência é alto para o País. O Brasil chega a perder, a cada ano, algo em torno de R$ 25,6 bilhões! E isso sem falar no custo indireto, decorrente do atraso no ingresso desse aluno no mundo do trabalho.

Custo da reprovação e abandono escolar

Somado a esse quadro desalentador, não podemos também nos esquecer dos baixos níveis de aprendizagem escolar entre os que concluem as etapas, especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Apenas 29% dos alunos aprenderam o que seria esperado em Língua Portuguesa e 16%, em Matemática, considerando os anos finais do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, o diagnóstico é ainda pior: 27% aprenderam o adequado em Língua Portuguesa e apenas 9% em Matemática!

Por isso, não há mais tempo de esperarmos um milagre para a nossa Educação. Felizmente, há solução. Duas experiências importantes de escolas com Educação Integral em tempo integral para o Ensino Médio, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, parecem apontar como caminhos, com redução da evasão e ganho na aprendizagem em ambos os casos. Não foi à toa que, de maneira acertada, o Ministro da Educação Mendonça Filho lançou proposta similar para todos os estados brasileiros.

É também preciso reconhecer que o problema não começa exatamente no Ensino Médio, como muitos costumam acreditar. É ainda nos anos finais do Ensino Fundamental que o quadro da evasão e da baixa aprendizagem começa a se agravar. Em primeiro lugar, eu diria que é por conta da própria mudança da sala de aula, que passa a contar com um docente por disciplina, e não mais um professor por turma, como é o modelo dos anos iniciais.

Outro agravante é que, nesta etapa, a oferta do ensino é feita tanto pela esfera municipal como estadual, ao contrário do Ensino Médio, que é de responsabilidade direta dos estados. Isso requer a construção de um regime de colaboração entre as duas partes, não só para reduzir gastos por sobreposições, mas também para se oferecer um ensino com equidade.

 

Instituto Ayrton Senna
Instituto Ayrton Senna Organização sem fins lucrativos comprometida com a educação

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