O Instituto Ayrton Senna esteve presente na Bett Brasil 2025, o maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, que aconteceu entre os dias 28 de abril e 01 de maio em São Paulo. Representaram o Instituto no evento Ewerton Fulini, vice-presidente, participando da mesa sobre Educação e ESG, e Ana Crispim, gerente de pesquisa do Edulab21, em debate sobre saúde mental e violência nas escolas, relacionando o tema com a série Adolescência, da Netflix. A Bett Brasil reuniu mais de 46 mil profissionais do setor, discutindo experiências transformadoras para a educação.
Educação e ESG
No dia 29 de abril, Ewerton Fulini, vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, participou do painel sobre “ESG na Educação: Sustentabilidade, Governança e o Papel das Instituições no Futuro do Planeta”. Durante o painel, Ewerton reforçou a teoria de que sem educação, a agenda ESG não se sustenta.
“Se queremos um planeta mais justo, ético e sustentável, precisamos de pessoas preparadas para construir esse caminho — e isso começa, inevitavelmente, pela educação. A educação não é coadjuvante nesse processo. Ela é a protagonista silenciosa de toda mudança que importa. É a raiz. O motor. O ponto de partida”.
O vice-presidente do Instituto reforçou a importância de educar os estudantes e formar cidadãos com empatia, pensamento crítico, capacidade de colaboração e ética.
“Esses cidadãos não nascem prontos: são formados, pouco a pouco, em escolas, universidades, projetos, políticas públicas e parcerias inovadoras. Nesse contexto, o setor empresarial tem um papel crucial. Empresas que compreendem esse valor e assumem a responsabilidade de investir em educação tornam-se aliadas fundamentais da transformação social”.
Por fim, Ewerton destacou o trabalho do Instituto, com o compromisso de preparar as próximas gerações para um mundo em constante transformação.
“No Instituto, nosso foco é formar seres humanos completos, com competências cognitivas e socioemocionais, como respeito, determinação, resiliência, pensamento crítico. Acreditamos em uma educação que transforma não só trajetórias individuais, mas toda a sociedade”.
Saúde Mental
Outro tema debatido na Bett Educar foi a violência nas escolas, por meio do painel “Sinais invisibilizados: o que a série Adolescência nos ensina sobre cuidado e prevenção”, ministrada por Ana Crispim, no dia 01 de maio. Durante a fala, Ana propôs uma discussão sobre os caminhos possíveis de promoção da saúde mental e boa convivência escolar e prevenção de violências, como o bullying, nas escolas, bem como o papel das escolas nesses assuntos, com base em evidências. Fatores como a juventude e a importância de políticas públicas na educação que dialoguem com o bem-estar emocional de crianças e adolescentes também foram discutidos.
“Precisamos refletir: será que podemos apontar apenas uma causa para a violência ou é algo que precisamos pensar de forma estrutural? A resposta é complexa porque são causas multifacetadas com diversos fatores de risco que contribuem para que a violência aconteça, como fatores psicológicos, relacionais e sociais”, comenta Ana Crispim.
A gerente de pesquisa traz dados importantes sobre a temática: por exemplo, entre alguns dos fatores psicológicos, sintomas frequentes de ruminação de pensamentos negativos e de catastrofização estão ligados a um aumento de 5% a 15% nas chances de envolvimento em comportamentos de violência na adolescência, indicando possíveis vulnerabilidades emocionais que merecem atenção (Bao et al, 2016).
Ana reforça a importância de olhar para o estudante e o contexto, pois dificuldades para regular sentimentos como raiva, frustração, ansiedade, entre outros, em conjunto com dificuldades para identificar espaços ou redes de apoio, podem resultar em dificuldades de saber onde buscar ajuda. Fatores familiares também devem ser levados em consideração.
“Quando os adolescentes se sentem ouvidos, acolhidos e acompanhados em casa, contam com mais recursos emocionais e mais uma rede de apoio que os ajuda a enfrentar situações de violência. A falta desse apoio pode deixá-los mais vulneráveis e expostos às dificuldades. Além disso, precisamos pensar também em fatores sociais, como desigualdades estruturais, discriminações cotidianas, e discursos de ódio nas redes sociais, que também criam ambientes que intensificam o sofrimento, reforçam a exclusão e, em alguns casos, contribuem para o surgimento de comportamentos violentos”, disse a pesquisadora do laboratório de ciências para educação do Instituto.
Para a pesquisadora, com a nova realidade de hiperconexão dos jovens, é importante conscientizar sobre o uso crítico e responsável das redes e mostrar a eles, por meio da construção de vínculos significativos, os caminhos para que eles saibam onde pedir ajuda. Assim, podemos construir espaços que preservam o bem-estar de todos.
“Legalmente, a culpa de um ato violento é de quem o cometeu, mas a responsabilidade para promover uma cultura de paz e articular ações de promoção e de prevenção é de todos: educadores, famílias e sociedade”, reforçou Ana.
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