- O Instituto Ayrton Senna promoveu na UnB (25/09) a exibição do documentário Counted Out, debatendo alfabetização matemática de forma inclusiva e aplicada ao cotidiano. A iniciativa teve parceria com MEC, Instituto Sidarta e Iede.
- O filme trouxe críticas ao ensino tradicional baseado em repetição e reforçou a importância da Matemática para democracia, justiça social e igualdade de oportunidades, além de seu papel no acesso a estudo, trabalho e participação cidadã.
- O evento dialogou com o lançamento do programa Compromisso Nacional Toda Matemática, que busca fortalecer a formação de professores e ampliar o letramento matemático, frente a dados alarmantes que mostram baixo desempenho dos estudantes brasileiros.
O Instituto Ayrton Senna promoveu na Universidade de Brasília (UnB), no dia 25/09, a exibição e discussão do documentário Counted Out (Excluídos da Matemática, em tradução livre), que traz uma reflexão sobre a alfabetização matemática. O encontro teve como objetivo estimular a discussão sobre a importância do ensino da matemática, de forma inclusiva e aplicada ao dia a dia, mostrando que todos são capazes de aprender a disciplina. A iniciativa foi promovida em parceria com o Instituto Sidarta e Iede.
Em um esforço conjunto para discussão do tema, o encontro contou com a presença de Ya Jen, presidente do Instituto Sidarta, Bruna Alves, gerente de dados e pesquisa do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Silvia Lima, gerente de advocacy do Instituto Ayrton Senna e Stael Campos, consultora do Ministério da Educação (MEC). Também marcaram presença membros da rede Renapea (Rede Nacional de Articuladores do Programa Escola das Adolescências), que fortalece a colaboração entre MEC, estados, municípios e o Distrito Federal para garantir a qualidade da educação nos anos finais do Ensino Fundamental.
Construído a partir de histórias pessoais e de entrevistas com especialistas, o documentário apresenta diversas experiências de utilização da Matemática em diferentes esferas da vida. Traz ainda críticas ao ensino escolar baseado em exercícios repetitivos, sem sentido e distantes da realidade dos estudantes.
O filme foi produzido de acordo com a realidade dos Estados Unidos, mas a discussão também se aplica ao Brasil, reforçando que o ensino da matemática é fundamental para a democracia, a justiça social e a igualdade de oportunidades. A obra ainda mostra que dominar a Matemática é condição indispensável para acessar direitos, conquistar boas oportunidades de estudo e trabalho, além de possibilitar a participação de processos decisórios, repensando a cultura e senso comum de que matemática não é para todo mundo.
A discussão ganha ainda mais relevância com o lançamento da nova política do MEC, o Compromisso Nacional Toda Matemática, que busca apoiar a formação de professores, fornecer recursos às redes de ensino e promover o letramento matemático como uma habilidade essencial para a cidadania.
“Avalio que foi muito bom para o Instituto participar do evento de lançamento do Compromisso Nacional Toda Matemática, como instituição parceira do MEC no diálogo sobre o contexto e desafios do ensino e aprendizagem da matemática no Brasil. Além disso, assistir ao documentário ‘Counted Out’ e depois conversar com professores e gestores sobre o filme e suas contribuições para pensarmos nos desafios do ensino da matemática em nosso país foi um passo importante de sensibilização para implementação e acompanhamento do programa, visto que nenhuma política terá êxito sem formação e envolvimento desses profissionais.”, afirma Silvia Lima, gerente de advocacy do Instituto Ayrton Senna.
Para Brenda Prata, especialista de advocacy do Instituto Ayrton Senna, a discussão sobre a matemática, em conjunto com outras organizações do terceiro setor, soma esforços para que o assunto ganhe relevância.
“Coordenamos esta ação em parceria com o MEC, o Iede e o Instituto Sidarta. O trabalho de incidência em Aprendizagem Matemática tem nos possibilitado construir agendas conjuntas também com outras organizações, como o Instituto Reúna e o Todos Pela Educação. Essa atuação em rede fortalece nosso posicionamento no ecossistema educacional e amplia nossa capacidade de ocupar espaços que sozinhos não alcançaríamos. Tenho me sentido muito gratificada em vivenciar essas experiências de cooperação e construção coletiva”.
O que os indicadores dizem sobre o ensino de Matemática no Brasil?
O ensino da Matemática segue sendo um dos maiores desafios da educação brasileira. Em relação ao PNE, a disciplina não é mencionada nem ao menos uma vez no novo documento, com base no projeto de lei que institui o novo Plano Nacional de Educação (2024-2034).
É imprescindível que o novo Plano Nacional de Educação incorpore metas e estratégias específicas para a aprendizagem Matemática na Educação Básica, com acompanhamento sistemático de resultados, estratégias para a recomposição das aprendizagens e ações estruturantes de formação inicial e continuada de professores.
As evidências, nacionais e internacionais, não deixam dúvidas que a Matemática é hoje um dos nossos maiores desafios educacionais, com impactos diretos sobre a equidade, a empregabilidade e a capacidade de inovação científica e tecnológica nacional. Considerando os estudantes da rede pública, dados do Sab 2023 indicam que:
- 44% têm aprendizado adequado nos anos iniciais do Ensino Fundamental;
- 16% têm aprendizado adequado nos anos finais do Ensino Fundamental;
- 5% terminam a Educação Básica com aprendizado adequado.
Já os índices internacionais, como o PISA 2022, mostram que, dentre os 81 países participantes da pesquisa, o Brasil está em 65º lugar em matemática.
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