Com o objetivo de ampliar a discussão sobre a avaliação de competências socioemocionais e híbridas, a Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE) e o Instituto Ayrton Senna promoveram o evento ‘Avaliação da Criatividade no PISA: Fundamentos e Desafios’. O webinar gratuito discutiu a inserção de pensamento criativo no exame internacional de 2022 e contou com a participação dos pesquisadores Roger Beaty, da Universidade da Pensilvânia, Mathias Benedek, da Universidadede Graz e Mario Piacentini, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O encontro teve mediação de Ricardo Primi, professor da Universidade São Francisco e membro do conselho científico do eduLab21, laboratórios de ciências para a educação do Instituto.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) é um exame internacional que monitora o desempenho acadêmico de estudantes de 15 anos de idade de forma periódica. A avaliação ocorre a cada 2 anos e é aplicada em dezenas de países, entre eles o Brasil. Ao buscar ampliar o olhar de policy makers e da sociedade sobre a qualidade da educação, o PISA também vem avaliando outros fatores fundamentais para a aprendizagem e o desenvolvimento pleno dos jovens. Colaborador no desenho do PISA, o pesquisador Ricardo Primi ainda ressaltou a importância dessa ampla avaliação internacional para a transformação da educação e contribuição para a ciência. Em edições anteriores, já foram avaliadas o engajamento dos jovens com a escola e sua capacidade de resolver problemas de forma colaborativa. No segundo semestre de 2022 será monitorada a competência de pensamento criativo.
Iniciando o encontro, Tatiana Filgueiras, vice-presidente de Educação, Inovação e Estratégia do Instituto Ayrton Senna, falou sobre o papel do eduLab21 no estudo do tema e na missão de estreitar os caminhos entre a ciência e a sala de aula. “A missão do eduLab21 é procurar na ciência quais são os potenciais humanos capazes de serem desenvolvidos em escala; em 2016, a OCDE nos convidou para fazer parte de iniciativa que levava um projeto piloto de desenvolvimento de criatividade nas escolas, e desde então lançamos materiais para professores e instrumentos formativos”, afirmou. Maria Helena Guimarães, presidente da ABAVE, reforçou o papel do Instituto nos avanços no monitoramento de competências socioemocionais. “O Instituto é um parceiro que tem se dedicado a estudos na área de competências socioemocionais, criatividade e engajamento dos alunos, fazendo parte do seu DNA essas pesquisas”, disse.
O analista da OCDE Mario Piacentini, responsável pelos componentes inovadores do PISA, compartilhou com os participantes as diretrizes e oportunidades envolvidas na avaliação da criatividade. De acordo com o pesquisador, é fundamental desenvolver e avaliar tal competência pois ela é essencialmente humana, não podendo ser reproduzida pela inteligência artificial, além de necessária para a resolução de problemas e criação de novas ideias e conhecimentos. No PISA, serão investigadas expressões da criatividade dos estudantes como sua capacidade de gerar ideias diversas e criativas, além de avaliar e melhorar essas ideias. Por fim, Mario ainda ressaltou a inserção dessa avaliação é fundamental para sinalizar para os policy makers sobre a importância de desenvolver a criatividade nas escolas.
Contribuindo com a discussão teórica, os pesquisadores Roger Beaty e Mathias Benedek também apresentaram seus mais recentes achados sobre o assunto. Benedek, PhD em Psicologia pela Universidade de Graz, na Áustria, aprofundou a discussão sobre no que consiste a criatividade e como ela pode ser avaliada. Já Beaty, pós-doutor pela Universidade de Harvard e diretor do Cognitive Neuroscience of Creativity Lab, da Penn State, falou sobre a teoria associativa cognitiva da criatividade e o pensamento divergente.
Para assistir ao encontro na íntegra, clique aqui.
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