Aprendizagem Ativa: Como Pode Impactar a Educação?

As abordagens que fomentam a Educação Integral na Educação Básica encontram muitas referências na aprendizagem ativa. A premissa dessa ideia é o conhecimento ser adquirido por meio da experiência direta do estudante, colocando-o no centro do seu desenvolvimento.

Visando oferecer uma Educação Integral, é imperativo estimular o desenvolvimento pleno e a autonomia dos alunos. Para isso, estratégias de ensino devem propiciar experiências que promovam participação ativa, crítica, reflexiva, empática e colaborativa em diversos contextos educativos.

Este enfoque potencializa o aprendizado do conhecimento e nutre habilidades essenciais para a formação integral do indivíduo, preparando-o para enfrentar os desafios da vida com confiança e competência. Prepare-se para uma jornada de descoberta e aprofundamento nesta abordagem educacional fundamental para um desenvolvimento integral.

Fundamentos da aprendizagem ativa: o que é e como funciona

Na abordagem de aprendizagem ativa, ocorre uma mudança de paradigma, com o aluno sendo central no processo educacional. Ao invés de serem meros receptores, os estudantes tornam-se participantes ativos, envolvidos em atividades em que buscam e aplicam o conhecimento.

Este texto vai abordar a essência da aprendizagem ativa, seus princípios fundamentais e sua distinção dos métodos tradicionais de ensino.

Diversas metodologias ativas propostas pelo Instituto Ayrton Senna são os pilares para uma Educação Integral. Elas demandam a participação ativa dos estudantes, estabelecem relações de confiança, incentivam a abertura para o erro e promovem o trabalho colaborativo em situações complexas de aprendizagem.

Essas práticas impactam os métodos de ensino e a organização do tempo e do espaço na sala de aula.

A metodologia de acolhida, comum nos anos iniciais, destaca a importância do pertencimento dos estudantes à escola. O professor, ao iniciar a aula, utiliza diversas estratégias, como brincadeiras e dinâmicas, para dinamizar o ambiente e fortalecer o relacionamento entre os alunos.

A acolhida busca resgatar o prazer pela escola e superar desafios coletivos. Durante o dia, o professor registra combinados, incentivando a participação respeitosa e apoiando os estudantes em seus avanços e dificuldades, promovendo uma atmosfera de aprendizado positiva.

Veja abaixo algumas outras estratégias de aprendizagem ativa.

Presença pedagógica

Implementar a aprendizagem ativa demanda a adoção de técnicas que incentivem a participação dos alunos. Seja por meio de debates, ações “mão na massa”, estudos de caso ou aprendizado baseado em projetos, cada abordagem visa colocar o jovem no centro de seu desenvolvimento.

Um elemento fundamental da aprendizagem ativa é garantir a presença pedagógica dos professores nesse momento, construída diariamente em diversas situações escolares, especialmente durante as aulas. Criado por Antônio Carlos Gomes da Costa, o conceito destaca como os educadores podem estar presentes na vida dos estudantes como pontes para o conhecimento, estabelecendo um ambiente que favorece a aprendizagem.

Quando praticada, a presença pedagógica implica o papel do professor como mediador, abrindo diálogo efetivo com os estudantes. Isso inclui o exercício cotidiano do acolhimento, a abertura para construir uma relação de confiança e a mediação em situações de conflito, envolvendo os estudantes na resolução de problemas.

O compromisso do professor com a aprendizagem e desenvolvimento de competências é expresso através da confiança no potencial de cada aluno e na persistência em ensinar.

A presença pedagógica não elimina a autoridade do professor; ao contrário, confere a capacidade de construir influência construtiva e respeitosa na vida dos estudantes, ensinando pelo exemplo. Esta presença não é um dom inato, mas uma atitude aprendida que requer disposição interior, abertura, sensibilidade e compromisso.

Aprendizagem colaborativa

A aprendizagem colaborativa muda as relações de aprendizado, reconfigurando a organização da turma. Trabalhando em times, os estudantes enfrentam desafios, responsabilizando-se pela qualidade do convívio e pelo aprendizado coletivo.

Carteiras enfileiradas cedem lugar a espaços mais dinâmicos, favorecendo rodas de conversa ou trabalho em grupos. Combina práticas tradicionais com inovadoras, dependendo dos objetivos específicos.

Exige planejamento de atividades complexas, definição conjunta de regras de trabalho, incentivo à liderança rotativa, estímulo à resolução autônoma de problemas, promoção do respeito à diversidade e circulação da palavra em discussões coletivas. Todas essas ações promovem a aprendizagem ativa do estudante e sua capacidade de também se responsabilizar pelo seu desenvolvimento.

Problematização

Para uma aprendizagem significativa, a problematização é essencial. O professor, ao mobilizar os estudantes por meio de perguntas, pesquisa e resolução de problemas, promove o pensamento crítico, científico e criativo.

Essa prática promove a aprendizagem ativa dos estudantes, pois requer formulação de perguntas consistentes, articulação entre conhecimentos prévios e novos, prática de sequências didáticas desafiadoras, construção de ambiente que valorize o erro e incentive ao deslocamento da zona de conforto.

Formação de leitores e produtores de texto na perspectiva dos multiletramentos

A escola tem o compromisso de formar estudantes como leitores e produtores de textos críticos. O conceito de multiletramentos destaca a necessidade de compreender diferentes mídias e linguagens, promovendo a participação ativa dos jovens nas diversas situações sociais.

Além das capacidades de compreensão textual, é vital investir nas capacidades críticas, considerando o leitor como agente central. Isso implica mediar questões que promovam a compreensão e interpretação dos textos, ao invés de impor uma compreensão pronta.

Investir nas capacidades críticas de leitura implica reconhecer que cada estudante se projeta e age sobre o texto de maneira única. O papel do professor é mediar questões que apoiam a compreensão e interpretação, promovendo diálogo e evitando oferecer aos estudantes interpretações prontas, chamando-os à reflexão e aprendizagem ativa.

Avaliação na aprendizagem ativa: medindo o progresso efetivamente

A avaliação na aprendizagem ativa transcende as tradicionais provas e exames. Ela deve abrir espaço para a importância de métodos alinhados aos princípios da aprendizagem ativa, proporcionando uma visão integral do progresso do aluno. Veja como o desenvolvimento dos estudantes pode ser avaliado de forma mais ampla:

A literatura aliada às metodologias ativas pode auxiliar no estudo e na busca de informações sobre o livro ou texto estudado. Preferencialmente nos anos iniciais, esse hábito incentiva a leitura como hábito vitalício.

Ações variadas, como leitura em voz alta e dramatização, são avaliadas, visando fortalecer o discernimento, expressão de opiniões e criatividade do estudante.

O uso da autoavaliação dos estudantes é aplicável em todas as etapas, estimula a reflexão e autorreflexão durante o aprendizado. Além de proporcionar ao professor percepções sobre desafios e conquistas, fomenta o desenvolvimento da capacidade de gestão pessoal desde cedo.

A gestão da aprendizagem pelo estudante envolve essa ferramenta, contribuindo para a valorização da participação ativa do estudante. Ou seja, a gestão própria dos seus avanços e pontos a desenvolver desde o início da jornada escolar promove o comprometimento com o desenvolvimento e a aprendizagem.

A escuta ativa como ferramenta essencial deve ser praticada com o intuito de aproximar os estudantes da participação. O envolvimento ativo e protagonista dos estudantes contribui para um ambiente escolar mais positivo e produtivo.

Para uma leitura mais aprofundada sobre metodologias ativas, recomendamos o seguinte material: Sete Metodologias e Práticas de Ensino que Apoiam a Educação Integral. Este recurso oferece dicas para implementar efetivamente essas abordagens inovadoras na prática educacional.