Confira o que rolou em live sobre amabilidade

Transmissão ao vivo é parte da iniciativa ‘ Volta ao Novo’

Parte da série ‘Volta ao Novo’, uma parceria do Instituto Ayrton Senna com o Consed, a live Amabilidade: respeito e empatia na sua rotina, aconteceu no dia 27/08 na página do Facebook do Instituto Ayrton Senna. O papo contou com a participação de Emilio Munaro e Laura di Pizzo, do time do Instituto, e de Graziele Calixto, orientadora educacional da rede municipal de ensino de Sobral, no Ceará. Cerca de 20 mil pessoas foram alcançadas pela conversa, que recebeu comentários de educadores e famílias de todas as regiões do Brasil.

Para assistir a live na íntegra, clique aqui.

Confira como foi a conversa e relembre os melhores momentos:

Ao iniciar o bate-papo, Emilio Munaro, vice-presidente de Desenvolvimento Global e Comunicação do Instituto, ressaltou que a live faz parte de uma parceria do Instituto Ayrton Senna com o Consed, que tem como objetivo levar as competências socioemocionais à formação de professores de 26 redes estaduais de ensino. Emilio ressaltou a importância de levar este conhecimento às escolas. “A escola é um excelente lugar para desenvolver todas essas habilidades, de maneira integrada e sistêmica ao currículo e junto às ações escolares”.

Logo no começo do encontro, uma surpresa: o filósofo e professor Mário Sergio Cortella falou aos espectadores, por meio de vídeo, um pouco mais sobre a amabilidade, tema da live. “A amabilidade é prestar atenção nas pessoas de modo autêntico e ter uma relação de reciprocidade”.

Complementando a fala do professor, Laura di Pizzo, gerente de projetos do Instituto, falou um pouco mais sobre o que é a amabilidade e as competências que ela envolve: empatia, confiança e respeito. “A amabilidade trata-se de se colocar no lugar no outro, ter consideração pelas outras pessoas, sentir o que o outro está sentindo. São competências para a vida muito importante e que podem ser desenvolvidas na escola”.

Graziele Calixto, orientadora educacional em Sobral, trouxe sua visão sobre o desenvolvimento de competências socioemocionais na escola e explicou porque o município optou por dar maior ênfase à amabilidade. “As relações que estabelecemos em sociedade acontecem primeiro na família e depois principalmente na escola. Sobral tinha muita autogestão, inclusive devido aos seus resultados de aprendizagem, mas faltava desenvolver a amabilidade, o que nos levou a vivenciar situações específicas como bullying, automutilação e violência. Esses são problemas que a gente precisa cuidar antes de tudo. Por isso, Sobral escolheu dar mais ênfase na amabilidade, além de construir estratégias de desenvolver isso nos alunos de forma mais efetiva”.

Aproveitando a fala de Graziele, Laura ressaltou a importância da amabilidade para a aprendizagem e bem-estar de crianças e jovens. “Estudantes com maior amabilidade têm maiores chances de passar de ano e obtém notas mais altas. A confiança, especificamente, está muito associada a um sentimento de pertencimento escolar, e isso permite que o estudante fique na escola, algo que no momento que vivemos hoje é muito importante. A amabilidade auxilia muito também com o nível de violência”.

Apesar do desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes passar pelas mãos dos professores, não é possível ensinar o que não se sabe: portanto, o desenvolvimento socioemocional também deve acolher os educadores. Para isso, o apoio da rede e da sua gestão são fundamentais. “É preciso exercitar com os educadores justamente uma escuta empática, e buscamos fortalecer isso como gestão”, disse Graziele. Carmem Bezerra, professora do 4º ano em Sobral, também falou sobre o tema por meio de vídeo. “Sem os gestores é muito difícil que nós, professores, consigamos implementar as competências e o currículo nacional. É de suma importância que eles tenham sensibilidade e empatia com os professores”.

Laura ressaltou que o desenvolvimento da amabilidade entre os professores traz benefícios não somente ao ambiente escolar, mas também à vida pessoal e profissional do educador. “Estudos indicam que professores que têm maior amabilidade costumam ter mais satisfação, engajamento com seu trabalho e maior interação e colaboração com os seus pares. Quando ele estabelece uma relação de confiança com o seu estudante, ele melhora o clima escolar e oferece maior confiança ao seu estudante, fazendo com que ele se envolva mais com a sua aprendizagem e seu desempenho acadêmico”.

A professora Adelaide Almeida, que participou por meio de vídeo, explicou como a amabilidade pode cooperar com um ambiente de aprendizagem acolhedor e como o desenvolvimento das competências pode ser realizado junto ao aprendizado cognitivo. “O trabalho com a amabilidade favorece o ambiente de aprendizagem e contribui para o bem-estar social e a manutenção de bons vínculos. Em aula, utilizamos atividades que combinam competências cognitivas e socioemocionais”. Graziele concordou. “A todo instante a gente está desenvolvendo as competências”.

Trazendo a voz do estudante para a conversa, a aluna Maria Elizabete Marques, do 9º ano, trouxe um importante depoimento sobre como aplicou a amabilidade em uma problemática atual, a onda de protestos ‘vidas negras importam’, que começou nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo como manifestação contra o racismo. A fala da estudante inspirou todos os participantes ao mostrar que esses conceitos podem ser bem compreendidos e valorizados até mesmo por estudantes bem jovens. “No protesto ‘vidas negras importam’ vemos respeito, empatia e confiança numa causa. Devo respeitar as pessoas independente de como elas são, existe empatia porque eu não preciso ser negro para entrar na causa deles e existe confiança para que eu confie em uma causa”.

Se inspirando na fala da aluna, Laura di Pizzo trouxe exemplos de como é possível que professores desenvolvam essa competência em seus estudantes. “Há algumas estratégias que o professor pode lançar mão para desenvolver essas habilidades. Você pode fazer um debate em que grupos possam discutir conteúdos diferentes enquanto o professor está mediando a atividade mapeando situações em que houve respeito e empatia. É importante também conectar o momento com as experiências reais dos estudantes, e isso também é possível de ser feito de forma remota”.

Por fim, foi tratada a importância da amabilidade, assim como as demais competências socieomocionais, para a eventual retomada das atividades escolares. “Agora vamos ter que nos organizar para auxiliar estudantes e professores na reconstrução da rotina; devemos propiciar um espaço de acolhimento para que todos cheguem e entendam como vai acontecer esse retorno”, disse Graziele Calixto. Laura di Pizzo também reforçou a importância do acolhimento. “Ele vai ser essencial para o estabelecimento de vinculo e trazer segurança e sentimento de pertencimento para a escola”, contou.

A live ‘Amabilidade: Respeito e empatia na sua rotina’ faz parte da série ‘Volta ao Novo’, que conta com encontros também sobre as demais macrocompetências trabalhadas pelo Instituto Ayrton Senna em suas iniciativas: resiliência emocional, amabilidade, autogestão, engajamento com o outro e abertura ao novo. A próxima live, sobre Engajamento com os Outros, acontece no dia 10 de setembro, às 16h (horário de Brasília). Para acompanhar todas, basta seguir a página do Instituto no Facebook.