Dando continuidade ao ciclo de webinars ‘O Novo Ensino Médio em Debate’, promovido pela Cátedra Instituto Ayrton Senna de Inovação em Avaliação no Instituto de Estudos Avançados da USP Ribeirão Preto, gestores e secretários de educação se reuniram no dia 04 de maio para debater propostas referentes ao tema. O encontro teve como objetivo promover diálogos sobre o Novo Ensino Médio, bem como seus desafios de implementação e avaliação, e vai gerar insumos para documento técnico a ser enviado ao Ministério da Educação via consulta pública.
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O encontro foi conduzido por Maria Helena Guimarães de Castro, titular da Cátedra e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE), e faz parte da estratégia da Cátedra de promover conexões entre diversos atores para disseminar informações e perspectivas que possam embasar o desenho e monitoramento de políticas públicas. Nesta ocasião, as seguintes autoridades participaram do debate:
- Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna
- Antonio José da Costa Filho , Coordenador do polo Ribeirão Preto do Instituto de Estudos Avançados da USP
- Eduardo Deschamps, Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina
- Raquel Teixeira, Secretária de Educação do Rio Grande do Sul
- Amabile Pacios: presidente da Câmara de Educação Básica do CNE
- Davi Oliveira dos Santos, Coordenador de Políticas para o Ensino Médio e Educação Profissional do Mato Grosso do Sul
Confira como foi a discussão e os principais pontos abordados.
O Novo Ensino Médio na visão dos secretários de educação
Trazendo o debate sobre o Novo Ensino Médio para as questões práticas e típicas do dia a dia escolar, os gestores e líderes educacionais abordaram as problemáticas e desafios que envolvem a implementação da proposta.
Ao abrir o seminário, Viviane Senna, presidente do Instituto, ressaltou a importância da discussão e seus efeitos práticos, já que os encontros servirão como base para um documento de sugestões de melhorias ao MEC. A titular da cátedra, Maria Helena Guimarães de Castro, também destacou a relevância do tema e da discussão, além de salientar que o webinar faz parte de um ciclo de encontros para debater o Novo Ensino Médio. A acadêmica também indicou que, na sua visão, o MEC devia atuar no aprimoramento da reforma, e não em sua revogação.
VEJA COMO FOI O ENCONTRO ANTERIOR AQUI
Compartilhando sua experiência na liderança educacional do Rio Grande do Sul, a secretária de educação do estado, Raquel Teixeira, abordou diversos dados que exemplificam a necessidade de mudança do modelo anterior, como o de evasão escolar no Ensino Médio e ingresso no Ensino Superior. Entre os desafios enfrentados na rede, ela indicou alguns a serem debatidos, como a redução da carga horária da formação geral básica, a falta de formação dos professores para itinerários formativos, o ENEM e a preparação para o vestibular.
Ao fazer um histórico da discussão sobre o Novo Ensino Médio, Eduardo Deschamps ressaltou que o projeto de lei que deu origem à nova proposta foi elaborado pelo deputado Reginaldo Lopes, do PT. O especialista também pontuou que uma das possíveis causas para a evasão escolar durante o Ensino Médio é os estudantes não enxergarem vantagens financeiras para a conclusão desse ciclo, por isso seria fundamental alinhar o novo modelo a uma proposta que atenda às necessidade, anseios e interesses dos jovens. Entre os pontos que poderiam ser aprimorados, em sua visão, estão a oferta de itinerários formativos, a articulação com a formação técnica, o ensino híbrido e a formação de professores.
À frente da implementação da política de Ensino Médio para o Mato Grosso do Sul, Davi Santos compartilhou a experiência da rede com a proposta. O profissional ressaltou que sua rede de ensino defende a preservação e aperfeiçoamento dessa política, de forma a fazer correções de rota que dialogam com os desafios da implementação. Sobre a experiência do MS, relatou que em 2022 a rede converteu toda sua oferta para o novo Ensino Médio, e acredita que esta movimentação facilitou o desenvolvimento do trabalho, e que este é um processo que está dificultando a implementação em outros estados. O coordenador da política também mencionou que a Secretaria expandiu o Ensino Médio em Tempo Integral, superando o limite estabelecido por lei de 1.400 horas anuais, para 1.500 horas anuais. Sendo assim 50% das escolas do estado ofertam o tempo integral.
Liderando a Comissão de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Amábile Pacios demonstrou preocupação em relação à preservação dos esforços de implementação feitos até o momento. A educadora também ressaltou a importância de se chegar a um consenso sobre como o Exame Nacional do Ensino Médio vai responder à nova proposta. “Se não dermos uma saída rápida para o ENEM, estamos correndo o risco de perder a reforma”, afirmou.
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